Saudades
do teu pêlo fofo debaixo da minha mão
do teu miar suplicante à minha porta
do teu olhar imenso e verde
Gato
Dorme meu gatinho
que o teu doce ronronar
embale a minha saudade
verdes
os teus olhos
de gato
O Gaspar morreu esta noite.
Está tudo bem agora.
Olhas a parede ausente
como se fora um horizonte rutilante.
No que pensarás, gato?
À tua memória feliz, Gaspar...
Ensinaram-me assim
a não chorar
por fora
triste
a ausência do teu guizo
terrível
abrir a porta
e não estares aqui